1. Urban Lights FULL ALBUM - Producer: Roberto Gomes (ASCAP)
Blog do BetoRocco
Assuntos Gerais mas com enfase na Música e no Mundo Musical, Principalmente do Jazz. Para quem gosta de ouvir música boa ou se interessa por fatos do mundo da Música. Principalmente quando ela é a protagonista...
sexta-feira, 16 de agosto de 2019
quinta-feira, 1 de agosto de 2019
MÚSICA ELA MESMA - Música singular
Musique sui-même
the song itself
這首歌自己
Música ela mesma.
Eu sou o BetoRocco quem atualiza a playlist "Música ela mesma". sempre uma música nova às quartas feiras.
Separe alguns minutos da sua vida corrida, coloque um fone de ouvido e aprecie uma música singular que começa em seguida!
Uma música que eu escolhi especialmente para você apreciar, com melodia, ritmo, harmonia, arranjo, interpretada por um bom artista, apoiado por músicos.
Concentre-se na música e sinta como ela causa sensações gostosas no seu cérebro. São as sinapses a mil!
Ouça à vontade! na próxima quarta volte aqui que tem outra música nova pra você. Na mesma playlist, no mesmo endereço. Gêneros variados, Só a música será uma nova.
Aqui vai a de hoje!
Música a gente não pega, e não vê.
Música a gente ouve, a gente sente!
Mas sente cada vez menos.
Hoje a música que já foi a principal, é cada vez mais coadjuvante, um mero acessório.
Acessório pra dançar, pra paquerar, pro churrasco,
pro fitness, pra caminhada... pra caipirinha!
É a setlist no celular que sempre nos acompanha nas atividades...
Mas pare um instante!
Me diga o nome da canção e do artista de 3 músicas que você ouviu há poucos instantes! - Difícil não é?
O pior é que os produtores musicais já perceberam isso e estão programando música barata pra você ouvir. Ritmo, um pouco de melodia e o cantor ou solista. Não importa o artista, pode ser um parecido, não importa a canção, pode ser uma parecida. Não precisa nem ter músicos tocando! Pra que? se a gente não ouve pois está concentrado em outra coisa?
Hoje eu quero propor a você, ouvir uma música que mereça a sua atenção integral. Uma música singular, ela mesma, que tenha ritmo, melodia, harmonia, arranjo e um bom artista interpretando, apoiado por músicos.
Separe alguns poucos minutos do seu tempo, desligue-se das outras atividades, sente-se confortavelmente, coloque ou seu fone de ouvido e passe um tempo estimulando as sinapses do seu cérebro na apreciação dessa musica que vai tocar a seguir.
Aproveite! Se quiser me conte o que sentiu.
Toda semana vou trazer uma música singular para você apreciar. Gêneros, estilos e origens variadas. Mas música que mereça ser apreciada por ela mesma.
segunda-feira, 25 de março de 2019
ELLA FITZGERALD COMPLETARIA 102 ANOS NESTE MARÇO DE 2019
A carreira
de mais de 50 anos de Ella Fitzgerald
se confunde com a própria história da música popular norteamericana. As
estatísticas são impressionantes.
Alguns dados a seguir:
- Cantora mais popular na América por 50 anos;
- Primeiro álbum que vendeu 1 milhão de cópias e foi em 1936!;
- Mais de 40 milhões de álbuns vendidos ao longo da carreira;
- 14 Grammy’s sendo um “Grammy Lifetime” pelo conjunto da obra; (obs. quando o Grammy foi instituído em 1959 Ella já tinha 26 anos de carreira!)
- 7 condecorações de artes, a mais importante: a National Medal of Arts concedida pelo Presidente Reagan;
- 26 apresentações solo no Carnegie Hall!
- Principais colaborações: Louis Armstrong, Nat King Cole, Duke Ellington, Count Basie (só a realeza!)
- 4 aparições em longa metragens;
O seu material musical está no Smithsonian’s National Museum of American History;
Na vida pessoal, como quase todas,
nasceu em família pobre, porém no Leste, (Newport News, VA.). A família
mudou-se para Nova York e em 1932, depois da morte da mãe em um acidente. Tornou-se
contraventora. Foi recolhida a um reformatório aos 15 anos.
Fugiu e estava na
penúria quando foi descoberta em 1934, em um concurso de calouros no Teatro
Apollo onde curiosamente ia dançar, mas na “hora H” cantou uma canção que
impressionou o grande saxofonista Benny Carter.
Benny a levou para a banda do baterista Chick
Webb, o grande band leader da época que ajudou a lançar sua carreira.
Tímida e
reservada fora dos palcos, tinha perfeita consciência de seu valor à luz dos
refletores, com sua voz e interpretação. Com Webb sua carreira deslanchou.Com a
morte do baterista band leader, Ella nunca mais se ligou permanentemente a uma big
Band.
Com o
advento do estilo de jazz “Bebop” sempre acompanhada dos melhores músicos de
jazz passou a adotar no seu repertório o estilo “scat singing” quando o cantor
não canta a letra mas sim emite sons simulando um instrumento musical.
Em 1946
casou-se com o grande contrabaixista Ray
Brown o que a aproximou do produtor Norman
Grantz que passou a dirigir sua carreira. Passou a se
apresentar com o famoso grupo “Jazz at The Philharmonic (JATP) excursionando
pelo mundo. Foi nessa época também que gravou os famosos Song Books onde
homenageava com sua voz a arte dos grandes compositores e intérpretes da música
norte americana, incluindo Cole Porter,
Duke Ellington, George and Ira Gershwin, Johnny Mercer,
Irving Berlin, e Rodgers and Hart. Duke Ellington e seu parceiro Billy Strayhorn chegaram inclusive a compor canções especialmente
para o álbum que os homenageava. Participava habitualmente dos mais famosos
programas de TV da época.
Ella sofreu com
a segregação como todos os músicos afroamericanos daquele período, mas recebeu
o apoio de muitos artistas da época que lhe abriram as portas para se
apresentar em locais antes proibidos aos não brancos.
Em 1986,
depois de um severo infarto e do diagnóstico de diabetes quando ninguém mais
imaginava que conseguisse ainda gravar e se apresentar pela 26ª. vez no
lendário Carnegie Hall. Com sérios problemas
circulatórios, foi obrigada a encerrar suas aparições nos palcos, vindo a
falecer 3 anos depois em 1996.
Depois de
sua morte, dezenas dos melhores cantores gravaram álbuns em sua homenagem tendo
na banda seus músicos prediletos, alguns recebendo Grammys.
Os 100 anos
do nascimento de Ella Fitzgerald foi lembrado no mundo todo através de muitas
dezenas de shows, exposições e eventos culturais.
Não foi uma
Diva, título tão batido, atribuído imerecidamente a muitas figuras hoje em dia.
A Ella foi atribuído o título de "The
First Lady of Song". Ever.
Escolhi para ilustrar este post dois dos meus temas prediletos interpretados por Ella Fitzgerald acompanhada por trio em album ao vivo lançado póstumamente por ocasião do centenário da "First Lady of Song".
Escolhi para ilustrar este post dois dos meus temas prediletos interpretados por Ella Fitzgerald acompanhada por trio em album ao vivo lançado póstumamente por ocasião do centenário da "First Lady of Song".
Obs: Texto originalmente publicado por mim no "Blog da Nata" em março de 2017
quinta-feira, 11 de outubro de 2018
Dia da Criança – Tempo de educar o ouvido
Naquele tempo
Antigamente, os adultos eram os
grandes responsáveis pela “educação musical” das crianças, mesmo que não
intencionalmente. Tocadores de música sejam rádios, toca-discos, toca-fitas
eram muitas vezes um de cada por família. Só uma TV também! Ver TV, ouvir
música era uma experiência coletiva.
Era prerrogativa dos adultos ligar ou
desligar um aparelho, fosse qual fosse. Estava fora do alcance senão pela
autoridade do adulto por mais algumas razões:
O aparelho estava no alto, uma prateleira
ou móvel fora do alcance;
Eram complexos e se
operado sem cuidado quebravam;
Não existiam facilmente programas
infantis nem em todos os horários do dia;
O toca-fitas/rádio do carro então,
nem se fala!
Tudo fora do alcance físico da
criançada, e mesmo dos pré adolescentes.
Com isso as crianças enquanto
brincavam ao redor dos adultos e isso acontecia quase o dia inteiro, geralmente “consumiam” até sem perceber músicas de
adultos.
Meus filhos até hoje me lembram com um
misto de saudade e alguma ironia quando ouvem uma playlist de minha
lavra: “Pai, eu nasci ouvindo essa
música...”
A mudança:
O primeiro
grito de liberdade do jugo da “música de adulto” foi na primeira metade dos
anos 1960.
De um lado, lançamento das rádios AM dedicadas aos jovens (Rock and
Roll; música jovem italiana e depois a própria Jovem Guarda). De outro a
proliferação dos radinhos portáteis de pilha “made in Japan”. Radinhos bem
pequenos mas não chegavam a ser “de bolso”, os maiores apelidados de tijolinhos
que funcionavam a pilhas que duravam muito tempo.
Depois
vieram os minicassetes, mais tarde o Sony walk-man... ipod.
A
independência infantil veio mesmo com a internet e os games de vídeo.
Independência
e mídia!
Uma criança
nascida nos anos 2000 pode chegar à idade adulta com pouca ou quase nenhuma
influência das gerações mais velhas no seu gosto musical.
A música hoje
pertence a todos os contextos do mundo infantil, e é customizada para os
produtos de mídia. Na minha percepção ela só aparece como coadjuvante para jogos, filmes, séries, games, shows com dançarinos e até
para os intervalos da TV. E algumas mesmo sendo de boa qualidade não são protagonistas.
A música passou a ter
papel secundário todo o tempo. Quase nunca apreciada sozinha. Pouco se sabe sobre seus
compositores e intérpretes.
Dia da
Criança
Para
comemorar a efeméride, (que nome antiquado!...) trouxe para meus leitores o
grupo vocal “Banda de Boca” com trabalho intitulado Mpb para crianças. Ele tem arranjos modernos e harmonizações vocais bem legais de até 6 vozes. As
músicas pertencem ao “cancioneiro” brasileiro do século passado. Tem de Acalanto
a samba enredo. Aposto que algumas você conhece a letra.
A Banda de Boca
O grupo é da
Bahia, é composto de 6 cantores e já tem quase 20 anos de estrada, tendo lançado 3 CDs. Esse das
crianças é de 2008 e teve indicação ao Latin Grammy.
O resgate ou
apenas uma isca?
Aproveite o
dia das crianças e dê de presente, tocando no seu smartphone mesmo, a playlist abaixo.
Toque para a(o) seu(ua) filho(a), sobrinho(a), neto(a), bisneto(a), filho(a) de amigo, qualquer pessoa em evolução que mereça
conhecer um pouco da boa música que foi feita no século passado. Quem sabe isso
despertará nele ou nela interesse em novas escavações arqueológicas no Spotify.
Nota: Propositadamente este texto foi
postado sem nenhuma imagem para destacar só a música e não desviar a atenção. ;-)
sábado, 29 de setembro de 2018
INFLUÊNCIAS - diga-me o que ouves...
“You begin to see that music is more
than just playing notes. Music is an extension of life. You play what you are. You become emotionally involved. You play
what your life has been. If it's been an easy life or a hard life, it all comes
out in the music.''
Arvel Shaw (1923 – 2002) (contrabaixista)
trad.: “Você começa a perceber que (tocar) música é mais do que apenas tocar
as notas. Música é uma extensão da vida. Você toca o que você é. Você passa a
ficar envolvido emocionalmente (pela música). Você toca o que a sua vida tem
sido. Se você tem tido uma vida boa ou uma vida difícil, isso vai aparecer na
sua música”.
Uma afirmação verdadeira,
principalmente em se tratando de músicos de Jazz.
Tocar Jazz requer do músico a
improvisação musical que depende outros fatores além da qualidade do artista
como instrumentista e sua interação com os demais participantes da execução. São
eles, a formação musical (diga-me com quem ou como aprendestes), as
experiências anteriores (diga-me com quem tocas...) e também a personalidade,
que reflete no “estado de espírito” (diga-me como vives). Acrescentaria também a
um “diga-me quem ouvistes”, se o
músico é diletante como eu, e não passou a vida “na estrada”.
Não tive músicos em atividade na
família. Minhas primeiras influências musicais, vieram das irmãs mais velhas
que gostavam de folk music e em
seguida, claro, de Beatles. Música clássica que escutava com meu avô materno, que
tinha sido violinista profissional, mas estava há muito tempo aposentado da
música.
Vovô Raul dizia: “senta aí menino e vamos educar este ouvido” - com Mozart,
Beethoven, Brahms, etc. no almoço do domingo, abria algumas exceções populares:
Caymmi (o Dorival), chorinhos, e Francisco José (cantor popular português). A
MPB e americanas vieram pelas Rádio Tamoio e Mundial no Rio e Excelsior (SP)
através dos radinhos de pilhas ”Spica”. Mais tarde a Jornal do Brasil e a
Eldorado passaram a polir um pouco mais a minha apreciação musical.
Comecei a comprar meus próprios
discos no ginásio, mas meu interesse por Jazz surgiu apenas a partir das aulas
de bateria em 1967. Na escola de música, se dizia que para tocar música popular, rock,
pop, fox, bolero, etc., o curso acabaria em 6 meses. Bom mesmo é tocar jazz, bossa
nova e ritmos brasileiros que exigem do baterista muito mais...
Foi atrás dessa conversa que voltei
meu interesse para esses gêneros e a partir daí iniciei uma pequena discoteca
além de procurar assistir a shows ao vivo e pela TV.
Mas naquele tempo era menor
de idade, a mesada não permitia muito. Mas os poucos discos que ia comprando
quase furavam de tanto tocar, o que foi muito bom. Ainda tenho todos eles. Com o tempo,
minha capacidade de formar uma boa coleção foi crescendo.
Audição de Formatura do curso de bateria 26/06/1969
com Edgard Cassiano ao piano e Francisco Esteves (Chiquinho)
com Edgard Cassiano ao piano e Francisco Esteves (Chiquinho)
Minha iniciação no Jazz não ocorreu
então como a maioria, pelos grandes do Jazz tradicional. Fui comprando
orientado pelo meu mestre Chumbinho que indicou logo grandes trios de jazz do
momento: McCoy Tyner trio e Oscar Peterson trio.
A partir dai passei a comprar discos onde
participava algum músico que eu já conhecia de outro disco, ou a esmo
manuseando as capas e ouvindo nas cabines das lojas Breno Rossi e Hi-fi.
João Rodrigues Ariza, o Chumbinho em 1969
Minhas Primeiras experiências de ouvir Jazz que acredito influenciaram meu grande interesse pela a música e certamente meu estilo de tocar bateria.
Minhas escolhas foram bastante heterogêneas
e algumas até exóticas, como vocês poderão ouvir na Playlist que montei no Spotify e agora coloco “no divã”.
O Resultado:
Se você ficou curioso sobre o resultado dessas influências, poderá conferir no dia 27/10, pois o grupo que participo, o Bossa à Beça, irá se apresentar no 20o. Festival de Jazz do Jardim Suspenso da Babilônia, com shows de Jazz em todos os sábados do mês de outubro próximo, na Pousada Jardim Suspenso da Babilônia.
A pousada fica na cidade de Sto. Antonio do Pinhal - SP. (próximo a Campos do Jordão) e o festival acontecerá nos sábados 6, 13, 20 e 27 de outubro.
O nosso dia é o 27 de outubro de 2018
A seguir uma chamada que eu gravei para divulgação.
Procure as referencias no link www.spamusical.com
domingo, 9 de setembro de 2018
SUPERSAX, SUPERVOCALS – O Solista não compareceu!
Artista
coadjuvante (“suport artist”), um filme não pode existir somente com os
artistas principais. Quem vai servir a mesa, abrir a porta, pilotar o navio? E na música? Quem apoia o solista? Músicos da
banda os “sidemen” (e também “sidewomen”). Com raríssimas exceções, cinema, teatro
e música são apresentados com alguns poucos personagens principais, os
protagonistas, e uns muitos artistas que os apoiam e dão contexto para as ações
que, sem eles, poderiam até parecer sem sentido ou não representar aquilo que o
autor desejava demonstrar.
Talvez o
Jazz seja, nesse sentido, o estilo musical mais “democrático” da música. Sua
estrutura de apresentação em geral - tema, giro de solistas, tema e final - dá
oportunidade a que cada um dos músicos possa ser protagonista por alguns
compassos. Mesmo nos casos em que o conjunto está apoiando um grande artista, sempre
existirão momentos para os “sidemen” brilharem ainda que por pouco tempo.
O exemplo
típico dessa figura de “sideman” no jazz é aquele que em sua biografia vão
surgindo os nomes dos músicos com quem
se apresentou... “tocou com o Oscar Peterson, Miles Davis, Benny Goodman”, músicos estes que não
precisamos nem dizer “que apito” tocam, são consagrados, já se sabe quem são e em
que instrumento.
Med Flory
Med Flory parecia ser um grande exemplo de “sideman”,
sua biografia era: “músico com forte influência do estilo Bebop de Charlie Parker
(The Bird), nos anos 1950, tocou clarinete
e sax alto com Claude Thornhill... sax tenor com Woody Herman.... e.. (afinal) montou sua banda, 2 anos depois
mudou-se para a Costa Oeste (leia-se Los Angeles – Califórnia), quando sua “big
band” abriu o primeiro “Festival de Monterey”...
Med Flory na Série de TV "Maverick"
Mas Flory começou uma nova carreira na
California, nos 1960. Participou com sucesso em Shows de TV e Cinema, como
coadjuvante! Sem abandonar a música, gravou sax barítono com Art Pepper e Woodie Herman, que estavam tocando arranjos de solos famosos de Charlie Parker. Surgiu então um
interesse grande no assunto. Flory
passa a transcrever solos de Parker.
Em 1972 veio a oportunidade da coprodução de um famoso trabalho com os solos de
Parker harmonizados com nada menos
que 2 sax alto, 2 sax tenor e 1 barítono. O álbum “Supersax
Plays Bird”, ganhou Grammy Award.
Usando o formato, lançou mais 4 álbuns ao longo dos anos 1970.
Em 1983 Flory adicionou 6 vozes ao supersax, e
co-produziu o álbum “Supersax & L.A. Voices” Vol 1 com mais 2 lançados nos anos seguintes. O próprio Flory
tocando sax alto e cantando a voz barítono. Esses “co-artistas” estavam acompanhados por um também “co-solista”
Conte Candoli no trompete e
secundados por uma sessão rítmica de piano, baixo e bateria. Todos juntos tocam canções com solos de Charlie Parker e Med Flory que
assinou alguns dos solos, harmonizados com 5 saxes e 6 vozes.
A experiência
supersax e supervoices rendeu também registros de apresentações ao vivo até
1999. É necessário extremo talento para se tocar em grupo harmonizado fora do
conforto de um estúdio com seus truques.
Med Flory: sidemen que construiu uma obra! nos deixou em março de 2014 e não
deixou discípulos.
Escolhi para vocês:
Uma "seleta" do SuperSax e L A Voices. - Spotify e
Uma apresentação ao vivo mais recente no Festival de Jazz North Sea
<iframe style="border-radius:12px" src="https://open.spotify.com/embed/playlist/6e12CgpVraIUUykFoMJJMs?utm_source=generator" width="100%" height="380" frameBorder="0" allowfullscreen="" allow="autoplay; clipboard-write; encrypted-media; fullscreen; picture-in-picture" loading="lazy"></iframe>
Nota: Este Post foi inspirado nas observações de meu amigo e colega Thiago Schulze, durante a gravação da edição no. 15 do programa "Estação Jazz", em que apresentamos o Supersax & L A Voices.
sábado, 18 de agosto de 2018
FIREHOUSE FIVE – Quando o Jazz pegou fogo
Os pioneiros
do cinema (mudo) utilizavam a música para dinamizar a dramatização dos filmes.
Ela era executada ao vivo nas salas de projeção por pianistas ou pequenos
conjuntos. Algumas produções mais sofisticadas chegavam a enviar guias para os
maestros ou até uma música específica para a sala de projeção.
Nos
primórdios dos desenhos animados, também se usava a música para turbinar a
emoção. Walt Disney e sua equipe
utilizaram intensamente a música para aumentar a dinâmica, vejam como exemplo “Donald Duck 1949 Sea Salts”
Não seria
surpreendente o uso do Jazz para isso.
Em 1946 Walt Disney lançou um desenho com o Jazz Standard “After You’ve Gone” na
interpretação do Benny Godman Quartet.
A integração
entre imagem e música foi espetacular (para a época).Todos os desenhos ainda
eram criados e produzidos “à mão” nas pranchetas. Essa exibição sugeria uma capacidade
de percepção musical significativa dos desenhistas que criaram o desenho.
E
existia mesmo! Foi confirmada logo nos anos 1950 com o lançamento da banda
“Firehouse Five”. Composta quase toda por artistas do departamento de desenho
animado Disney, eles se reuniam para tocar Jazz à noite depois do trabalho. Eram
diletantes portanto.
A Banda estreou
em um especial na TV em 1950 e ficou ativa até 1972 com seus participantes
sempre mantendo seus trabalhos diurnos no Disney Studio.
A FIREHOUSE FIVE PLUS TWO lançou nesse
período 13 Álbuns, alguns relançados em CD.
A banda dos
desenhistas do Walt Disney fez parte de
um grande Revival do Traditional Jazz que ocorreu nos anos
1950. No mundo todo surgiram muitas bandas desse estilo no período.
A Firehouse Five Plus 2 era composta por: (fonte Wikipedia)
Artista
|
Instrumento
|
Profissão
|
Danny
Alguire
|
Cornet
|
Especialista em digitais da Polícia de
Los Angeles
|
Harper
Goff
|
Banjo
|
Designer e Criador no Disney Studios
|
Ward
Kimball
|
Trombone, sirene, pandeiro e líder
|
Animador Lider
|
Clarke
Mallery
|
Clarineta
|
|
Monte
Mountjoy
|
Bateria
|
|
Erdman
(Ed) Penner
|
Sax soprano e baixo, depois tuba
|
Redator no Disney Studios
|
Frank
Thomas
|
Piano
|
Animador Líder no Disney Studios
|
Jimmy
MacDonald
|
Bateria
|
Chefe do setor de som
|
George
Probert
|
Clarineta e Sax Soprano
|
|
Dick
Roberts
|
Banjo
|
|
Ralph
Ball
|
||
George
Burns
|
Trombone
|
Veja o desenho “Donald Duck 1949 Sea Salts”
Veja a performance do Benny Goodman Quartet em After You've Gone - 1946
Delicie-se com o Firehouse Five plus Two
sábado, 11 de agosto de 2018
FINESSE, SIMPATIA, TALENTO, FORMAÇÃO MUSICAL, JAZZ = MARIAN McPARTLAND
Quando
chegou em Chicago IL, para se lançar no cenário do Jazz em 1945, a pianista
Marian tinha poucos “prós”, uma robusta formação musical, influenciada desde
cedo pelo piano de TEDDY WILSON, e fã de DUKE ELLINGTON e MARY LOU WILLIAMS e
muitos “contras” a saber: 26 anos,
mulher, branca, casada, inglesa, 26 anos...
Eliane Elias, nos anos 80 com seu primeiro álbum "Ilusions" recém lançado, é interessante perceber a mútua admiração de Marian e Eliane
Audio e video, entrevistas mescladas com música, duração de 30 minutos, financiado por uma confraria. Muito bem produzido, fez muito sucesso na Web e passou a ser exibido no Canal ARTE1 na TV por assinatura.
No programa o Nelson recebe artistas, músicos consagrados e também aqueles que só conhecíamos o som, os músicos de estúdio e os "side man" aqueles que acompanham um artista sem ser protagonista.
Fico imaginando o que o Nelson não faria com um programa de 50 minutos...(sem trocadilho)
Vale a pena conferir:
UM CAFÉ LÁ EM CASA com HECTOR COSTITA - (um dos meus prediletos)
Mas ao nos deixar em 2013 aos 93
anos, Marian registrava um legado significativo entre eles:
56 álbuns gravados como solista entre 1951 a 2008.
9 graus honoríficos em educação musical, de universidades
americanas, dentre elas da Berklee College of Music.
12 prêmios de
música e Jazz, incluindo um Grammy “Trustees Award”, “American Eagle Award”,
“Hall of Fame”, etc.
Liderou Trio de
Jazz com seu nome, que se apresentou nos anos de 1950 no famoso Hickory House
Club, NY tendo como baterista o grande Joe Morello (meu grande ídolo) que
depois integraria o The Dave Brubeck Quartet (Take Five)
Estrelou de 1978 a
2011 o PIANO JAZZ, o mais longevo programa “cultural” em uma rádio pública, a
NPR (National Public Radio), onde as mais famosas personalidades do Jazz
compartilhavam com Marian sua intimidade musical e às vezes a pessoal, tocando e contando suas
histórias, influencias, estilo e tocando em dueto. Não raro recebiam da
entrevistadora uma composição musical em sua homenagem.
Marian,
nasceu Marian Margaret Turner em Windsor, UK a 20/03/1920, de uma família de
músicos. Menina-prodígio que tocava valsas de Chopin aos 2 anos de idade,
estudou violino por 5 anos e em seguida ingressou na “Guildhall School of Music
and Drama” em Londres. Aos 20 anos deixou a escola e passou a integrar um
quarteto de pianistas de Vaudeville adotando o nome de Marian Page. O grupo
excursionou pela Europa em guerra entretendo as tropas aliadas. Durante a
tournée, conheceu em 1944 o cornetista JIMMY McPARTLAND com quem se casou e
passando a adotar o sobrenome do marido.
Com o
término da guerra o casal McPartland passa a residir em Chicago IL e logo
depois NY, onde participavam da vida social e musical recebendo em casa
inúmeros músicos amigos de Jimmy.
Nessa época,
Marian McPartland estendeu suas atividades musicais tocando e sendo muito
apreciada como musicista. Participa de programas musicais no rádio e na TV, toca com grandes
figuras do jazz, e no início dos anos 1960 funda seu próprio selo de
discos.
Não consigo
imaginar uma pessoa que tenha circulado e mais que isso, interagido pessoal e
musicalmente com uma quantidade maior das maiores personalidades do Jazz que
viveram entre 1940 e 2013. Que vida admirável.
Uma pequena
amostra dos entrevistados no programa “Piano Jazz”:
Mary Lou
Williams; Bill Evans; Oscar Peterson; Teddy Wilson; Chick Corea; George
Shearing; Dave Brubeck; Dizzy Gillespie; Carmen McRae; Henry Mancini; Sarah
Vaughan; Michel Petrucciani; Mel Torme; Herbie Hancock; Gerry Mulligan; Lionel
Hampton; Stéphane Grappelli; Ray Charles; Jack DeJohnette; Clint Eastwood;
George Duke; Diana Krall; Regina Carter; Michel Legrand; Jane Monheit; Tony
Bennett; Keith Jarrett; John Pizzarelli; Mimi Fox; Eliane Elias; Claudio
Roditi.
Mesmo uma pessoa completamente alheia à música deve conhecer alguns dessa lista.
Selecionei links para o programa PIANO JAZZ com
MARIAN McPARTLAND ainda disponíveis no
site NPR.org
Nota: links para o site oficial da NPR. O programa tem apenas audio. Clique o "Play" logo no canto superior esquerdo e delicie-se!
Nota: links para o site oficial da NPR. O programa tem apenas audio. Clique o "Play" logo no canto superior esquerdo e delicie-se!
Conheça também o estilo Vaudeville com um grupo velho
conhecido...
UM CAFÉ LÁ EM CASA:
(uma palhinha de um próximo Post)
Café lá em Casa com Costita
O artista NELSON FARIA, guitarrista de renome internacional lançou há anos atrás o programa "UM CAFÉ LÁ EM CASA" num canal Youtube, nos moldes do que seria o PIANO JAZZ no mundo globalizado.Audio e video, entrevistas mescladas com música, duração de 30 minutos, financiado por uma confraria. Muito bem produzido, fez muito sucesso na Web e passou a ser exibido no Canal ARTE1 na TV por assinatura.
No programa o Nelson recebe artistas, músicos consagrados e também aqueles que só conhecíamos o som, os músicos de estúdio e os "side man" aqueles que acompanham um artista sem ser protagonista.
Fico imaginando o que o Nelson não faria com um programa de 50 minutos...(sem trocadilho)
Vale a pena conferir:
UM CAFÉ LÁ EM CASA com HECTOR COSTITA - (um dos meus prediletos)
sábado, 21 de julho de 2018
OLD SCHOOL – BOAS MANEIRAS OU VELHARIA?
(*)“Queridos amigos,
Tive a
maravilhosa experiência de completar duas semanas acompanhando Antonia Bennett (sim, filha do Tony) no famoso Café Carlyle no Hotel
Carlyle. Além de ser minha primeira chance de tocar naquele hall sagrado,
também foi a primeira vez que fiz uma tournée de duas semanas num mesmo local
em Nova York. Isso me deu uma visão interessante sobre o que costumava ser uma
parte normal de qualquer perfil profissional de músicos – a temporada de show em
um hotel.
Foi
ótimo, por duas semanas, vestir um terno e ir para um dos últimos bastiões da
antiga gentileza de Nova York.
O Carlyle é “Old School” (escola antiga)
em todos os sentidos da palavra - a hierarquia dos garçons, todos em uniformes
codificados para suas funções. Os bons modos no atendimento, a elegância da “old school”. Rígido e esnobe e, nestes
dias, basicamente anacrônico.
O que
eu gostei foi que primeiro os clientes jantaram. Em seguida foi servida a sobremesa que
terminada, foram servidas as bebidas pós-jantar e, somente então, o show
começou.
Alguns
clubes de jazz (que devem permanecer sem nome) devem tomar nota de como isso é
feito: Primeiro jantar, depois o show - não jantar enquanto o show está
acontecendo.
Não há nada mais angustiante em ter passado a maior parte de sua
vida estudando sua arte, de modo que, quando você finalmente começa a tocar, há
um cara gordo que corta seu bife bem na sua frente – falta de classe!
Talvez
os velhos tempos não fossem ótimos, mas havia algum decoro que fazia sentido que,
se você procurar bem, ainda existe em nossa cidade.
Estou
feliz por ter sentido esse gosto.
Saudações,
Spyke”
(*)Tradução livre do texto de Michael "Spike"
Wilner no Newsletter dos clubes de Jazz Small’s & Mezzrow – NY, 5 de junho de 2017
Spyke é
músico e um dos sócios que reabriram o Famoso Clube de Jazz de New York, “Small’s”
que fica na 183 W 10th St, New York, NY 10014 (esse clube vai ser assunto em outra oportunidade aqui no “blog
do BetoRocco” .
Hoje o assunto é “Old School Experience in Jazz”
Boas maneiras? Bom!
Requinte? Seria bom.
mas... pelo menos um mínimo de cerimonia.
mas... pelo menos um mínimo de cerimonia.
Um bom local para os músicos:
Palco ou um praticável elevado onde o grupo possa se
posicionar de forma a facilitar a visão pelo público e permitir a interação entre os músicos com sinais durante a apresentação;
Iluminação adequada;
Som de palco se necessário para que “todos ouçam todos”
e se possa alcançar equilíbrio natural do volume e dinâmica da música.
Um
bom local para o público:
Confortável, com visão da cena e boa audição de toda a música apresentada.
Se em ambiente de Restaurante, um serviço impecável,
sendo servido o que foi anunciado, no horário prometido, para que, quando
começar o show se esteja na fase dos “after-dinner drinks”
Se em ambiente de teatro, boas
poltronas, conforto, visão, acústica, etc.
Tudo o que vai acima são “condições ideais” para se
ouvir a música singular que é o
Jazz.
Uma combinação não muito fácil de encontrar hoje em
dia, e mesmo longe das expectativas da maioria do público de agora que busca
locais com música ao vivo.
Consequentemente, os fornecedores (músicos inclusive),
sensíveis a essa “análise de valor”, - cliente tem sempre razão - retiram da
oferta aquilo que não poderá ser pago ou mesmo entregue.
Alguns hotéis de classe e clubes de jazz pelo mundo ainda podem oferecer essa receita quase completa. Dentre eles o “Carlyle” NY.
O “Café Carlyle
NY” chega divulgar no site o que me pareceu um "manual
para frequentar o ambiente" disfarçado em FAQ - “Frequently Asked Question” que
pode ser acessado clicando “aqui” (infelizmente o link está fora do ar).
Rigorosamente “Old School” já não se pratica há tempos.
Quem ouve atentamente álbuns gravados em Clubes de Jazz, por exemplo: o antológico
“Sunday at The Village Vanguard - Bill Evans Trio” (NY 1961) ou Jim Hall –
Live in Toronto – 1975, reconhece alguns ruídos de conversas e de serviços que
vazam para a gravação.
Há pouco tempo recebi um pequeno trecho gravado - sorrateiramente - pelo celular, de uma apresentação em um Jazz Club em NY, e... (surpresa!) lá estava o indefectível som do 'pic
pic pic' dos talheres no filet mignon...
, em um dos mais famosos clubes de Jazz de NY!!!
Mas, “Old School” continua sendo meu sonho (impossível?),
algum dia chegarei lá!
Enquanto isso vamos nos deliciar com uma verdadeira
apresentação de "Old School": (com jazz da melhor qualidade)
Marian McPartland (piano),
meu grande
ídolo Joe Morello (bateria)
Vinnie Burk (contrabaixo)
Assinar:
Postagens (Atom)